domingo, 21 de agosto de 2011

Breves notas filosóficas.

 

O que é o tempo e o espaço? São entidades reais, ou são elementos da própria constituição das pessoas? Será o tempo uma propriedade dos objetos, ou uma relação entre os objetos? Como sabemos que o tempo existe? O espaço é uma noção que extraímos da experiência cotidiana que temos com as coisas? Como você responderia tais questões? O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) respondeu mais ou menos assim: tempo e espaço são propriedades da mente humana que servem para ordenar o fluxo de informações sensoriais que recebemos (nas palavras dele, o tempo e o espaço são “formas puras da intuição sensível”).

Quando observamos os objetos, nós os representamos como localizados em um lugar diferente daquele em que estamos. Nós os representamos como “exteriores a nós e situados todos no espaço”. Ora, mas para representar algo como grande, pequeno, perto ou longe, a própria representação requer a noção de espaço. É devido ao fato da nossa mente “formatar” as informações da experiência que temos com os objetos como coisas espaciais, que temos a possibilidade de compreendê-las de tal modo. O mesmo se dá com o tempo. Só podemos perceber os eventos como simultâneos ou sucessivos se, e somente se, já houver na percepção o tempo como condição geral de possibilidade para a mudança.

Como você encara o ponto de vista de Kant?

Paulo Henrique Castro.

9 comentários:

Gustavo Alves disse...

Percebemos o tempo quando estamos bem acompanhados, vivendo com o outro. Quando estamos só percebemos o tempo estampados na pele, com o incomodo de não compartilhar isto, o tempo se resume na sua vida e de quem importa.

João Bernini disse...
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João Bernini disse...

Percebo que o tempo cronometrado é uma universalização dos tempos. Cada um possui a sua sensibilidade e sendo assim, cada um tem seu tempo (como podemos afirmar que o dia passa na mesma velocidade pra todos, se não por cronometragem, ou pela luz do Sol, ambos sinalizantes universai). Sendo assim compreendo o tempo como relativo. Citarei um exemplo. Quando sentamos ao lado de algo que nos agrade por um minuto, o tempo nos parece veloz não condizendo com o tempo cronológico universal (sendo assim, uma diferente percepção particular de tempo). Porém, quando invertemos a sentença pra ruim, como quando colocamos o dedo no fogo também por um minuto, o tempo parece retardar, saindo também dos padrões cronológicos universais.
Assim, Concordo com Kant, inferindo que o tempo é uma forma pura da intuição sensível do homem.

Essa percepção, ainda pode ser colocada em pauta. Sabemos sobre passado, presente e futuro. Passado é o tempo que não volta, que passou. Presente é o tempo que vivemos no exato momento e futuro é o que ainda poderemos viver.
Dessas três formas de tempo, a que mais é incompreendida, é o presente. O que é o presente? Até onde ele se estende? Viveríamos em constante manutenção do presente, se não soubéssemos das outras formas de tempo?

Qual a percepção do tempo vivido agora?

Unknown disse...

Oi Gustavo! Belas palavras poéticas!!! É mesmo: o tempo nos revela a tonalidade da vida! Abraço e obrigado! PH.

Unknown disse...

João! Gostei do ensaio filosófico... bem bacana! Uma questão que talvez Kant iria te perguntar: o que nós cronometramos é o tempo ou a mudança? Grande abraço e obrigado pelo comentário!! PH.

REGINA disse...
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REGINA disse...

* Hoje em dia o tempo é visto pela maioria das pessoas como mínimo, diante da correria e tantos afazeres que o momento vida nos proporciona...quando eu era criança, achava que 24 horas era mais que suficiente para cumprir o que tinha que fazer, hoje, gostaria que o dia tivesse pelo menos 36h...e acredito que outras pessoas tbm gostariam!
E viva Kant!!!
Beijos de amor

Unknown disse...

Oi Rê! É... o tempo deveria ser elástico. Me pergunto porque o tempo é percebido diferente na infância (como você mencionou) e na vida madura. Obrigado pelo comentário. Bjs de amor, PH.

Eleonora Barbosa disse...

Tempo e espaço são formas da existência e suas diversificações.